Cancro cítrico

Causado pela bactéria Xanthomonas citri subsp.citri, o cancro cítrico ataca todas as variedades e espécies de citros e é uma das mais graves doenças da citricultura brasileira. É uma praga quarentenária presente e encontra-se presente nos estados do Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

O estado de Pernambuco tem status fitossanitário de Área Sem Ocorrência Cancro Cítrico. As normas e procedimentos relativa a praga cancro cítrico constam na Instrução Normativa no 21 de 25/04/2018. A bactéria causadora dessa doença foi introduzida no Brasil em 1957 na região de São Paulo. Por ser uma praga quarentenária o comércio de frutos para países livres da doença fica impedido.

A doença manifesta-se por lesões em folhas, frutos e ramos, e pode provocar a queda dos frutos e folhas contaminados. As lesões podem ter características variadas, podendo ser confundidas com outras doenças e pragas.

Não há medidas capazes de eliminar completamente a doença. As plantas infectadas devem ser erradicadas.

PREVENÇÃO E CONTROLE

- Implantação ou renovação do pomar com mudas sadias;
- Instalação de barreiras quebra-ventos colocadas a cada 100 metros, levando-se em consideração a direção do vento;
- Cuidados devem ser redobrados durante a colheita. Essa época é a mais favorável para a disseminação da doença, por causa do intenso trânsito de pessoas e materiais dentro da propriedade;
- Rigorosa inspeção dos pomares;
- As escadas, sacolas e caixas devem ser desinfestadas;
-Antes de os trabalhadores entrarem no pomar, devem trocar de roupa e fazer a desinfecção de mãos e calçados;
- Evitar que os caminhões entrem nos pomares.

Pinta Preta dos Citros

A pinta preta dos citros é causada pelo fungo Guignardia citricarpa e tem como plantas hospedeiras espécies de citros. No Brasil é considerada praga quarentenária presente, tendo sido relatada em 1980 no Rio de janeiro e a partir daí se estabeleceu nos pomares dos Estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e São Paulo. O prejuízo direto é a queda prematura dos frutos e a redução do valor comercial.

Os sintomas da Pinta Preta ocorrem principalmente nos frutos, formando-se pequenas lesões pouco deprimidas com o centro pardacento, apresentando pontuações pretas medindo entre 2 a 6 mm de diâmetro. Nas folhas o centro da lesão tem cor cinza, as bordas são salientes marrom-escuras com halo amarelado ao redor.

O fungo sobrevive por um ano nos frutos pendentes e nas folhas caídas no solo. No fruto as lesões contendo os esporos que são disseminados pela água da chuva. Nas folhas liberam esporos que são disseminados pelo vento.

PREVENÇÃO E CONTROLE

- Adquirir mudas de viveiristas que obedeçam as normas de controle;
- Evitar o trânsito de máquinas e implementos dentro do pomar;
- Eliminar frutos temporões afetados antes do início da florada;
- Garantir boa nutrição das plantas;
- Separar pomares de diferentes variedades cítricas com barreiras naturais ou quebra ventos.

HUANGLONGBING (HLB) ou GREENING

Doença causada pela bactéria Candidatus Liberibacter americanus e Candidatus Liberibacter asiaticus, sendo considerada uma das doenças mais destrutivas da citricultura mundial. Foi introduzida no Brasil em 2004, sendo considerada praga quarentenária presente, restrita aos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, afetando várias espécies de plantas hospedeiras Citrus spp., Fortunella spp, Poncirus spp. e a planta ornamental murta Muraya paniculata hospedeira do vetor da bactéria (Diaphorina citri).

O sintoma inicial é um ramo amarelo que se destaca na planta doente, ramos e folhas que apresentam manchas verde-claras ou amareladas, seguida de desfolha dos ramos, seca e morte de ponteiros das árvores, que pode progredir para toda a planta. As folhas também podem apresentar espessamento nas nervuras. Também é comum a ocorrência de sintomas semelhantes a deficiência de zinco, cálcio e nitrogênio.

Os frutos ficam deformados e assimétricos, com maturação irregular e sementes abortadas e na inserção com o pedúnculo surgem filetes alaranjados, na casca manchas circulares verde-claras e maior espessura da parte branca da casca.

O diagnóstico da doença pode ser feito por meio dos sintomas visuais e confirmado por técnicas moleculares e de cromatografia.

Manejo da doença:

- uso de mudas sadias, produzidas em viveiros telados;
- eliminação de plantas doentes logo após o aparecimento dos primeiros sintomas;
- controle do vetor por meio químicos ou biológicos;
- eliminação de plantas hospedeiras (murta) ou controle rigoroso do vetor da Huanglongbing.

ATENÇÃO

O trânsito de material propagativo de citros, tais como: mudas, borbulhas e portas-enxerto e de murta oriundo de unidades da federação onde for constatada a praga obedecerá à legislação de certificação fitossanitária de origem e permissão de trânsito de vegetais. Instrução Normativa Nº 53 de 16/10/2008.